Pinheirinho e a derrota de Alckmin
Em janeiro deste ano, os tucanos Eduardo Cury, prefeito de
São José dos Campos, e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, foram
protagonistas de uma cena de barbárie ao acionarem a polícia contra os
moradores da ocupação do Pinheirinho. Milhares de famílias carentes foram
desalojadas com bombas, tiros e cassetetes. O bairro se transformou num campo
de guerra, com dezenas de feridos. Agora, porém, a população de São José dos
Campos parece que vai dar o troco à truculência fascistóide do PSDB.
Segundo pesquisa Ibope, o candidato dos tucanos,
Alexandre
Blanco, pode nem ir ao segundo turno na eleição para a prefeitura deste
importante município. Ele somou 27% das intenções de voto, contra 56% do
candidato Carlinhos Almeida (PT). O próprio Estadão, que apoiou a
ação policial no local, ficou surpreso com o resultado. “Na batalha
entre dois
episódios de alcance nacional - o mensalão, explorado pelo PSDB, e a
reintegração
do Pinheirinho, pelo PT -, quem ficou à frente foi o petista Carlinhos
Almeida”.
Para o blogueiro Eduardo Guimarães, a derrota dos
tucanos em São José dos Campos é emblemática. O PSDB dirige a cidade há 16 anos,
sempre a serviço dos ricaços que faturam com a especulação imobiliária. O
município também é considerado um reduto eleitoral de Geraldo Alckmin, que se
projetou na política na vizinha Pindamonhangaba. Essa hegemonia, porém, pode
chegar ao fim. A violenta operação policial contra as cinco mil famílias do Pinheirinho serviu
para desmascarar a política elitista e autoritária dos tucanos.
“Este blogueiro acompanhou de perto o sofrimento de milhares
e milhares de homens, mulheres, crianças e idosos, expulsos de suas casas por
ação do prefeito Eduardo Cury, em benefício do mega especulador Naji
Nahas, dono da área em que ficava o bairro do Pinheirinho... Nem em seus piores
pesadelos a direita demotucana, a mídia, o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, e a maioria dos ministros do STF – os quais, repito, vão
operando uma tentativa explícita de golpe eleitoral contra o PT – poderiam
imaginar o quadro acima descrito [da derrota nas eleições municipais]”.
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