quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dutra: PT quer marco regulatório para Comunicação

Dutra sabe a diferença entre propriedade cruzada e convergência de meios. A RBS, não!
No programa Entrevista Record Atualidade que será exibido hoje às 21h30m, na Record News, o presidente do PT José Eduardo Dutra defendeu um marco regulatório para a Comunicação.
E que isso não tem nada a ver com censura a conteúdo – como o PiG (*) quer fazer entender.
Dutra foi mais longe: é contra a propriedade cruzada num mesmo mercado.
Como a Globo no Rio ou a RBS em Porto Alegre.
Elas são donas do walkie-talkie do bondinho do Pão de Açúcar e das caixas de som da Gruta Azul.
Mandam em todos os pedaços.
A RBS tentou dar o drible da vaca na Ley de Medios e confundiu “propriedade cruzada”, como a que ela exerce soberanamente, com “convergência de meios”, que qualquer adolescente domina, do twitter ao MSN.
Dutra foi muito claro na entrevista: o PT quer evitar a concentração, o monopólio.
Ou seja, Dutra não tem medo da Globo.
Quem tem medo da Globo é o companheiro dele, o Tony Palocci, emérito colonista (**) do Globo.
Quando Ministro da Fazenda, Tony se especializou em dar entrevistas – só – à Globo.
Dutra tem outra virtude.
Ele distingue muito bem alhos de bugalhos.
Construir um  marco regulatório é indispensável, por causa da democracia.
Mas, seria também indispensável porque houve uma revolução nos meios de comunicação, que a legislação atual não contempla.
Foi nesse vácuo que cresceu a Globo, especialmente quando ajudou o regime militar com a mão direita e recebeu ajuda do regime militar, com a esquerda.
Nos primeiros pronunciamentos, o Ministro Paulo Bernardo deu a impressão de que estava no Ministério da Comunicação para cuidar da banda larga.
Aos poucos, a ficha da Globo começou a cair.
Para a presidenta, esse risco não existe.
Ela não se esquece do Casal 45, sobretudo quando a entrevistou na bancada do jornal nacional.
Dutra prometeu para breve o início da discussão sobre a Ley de Medios.
O deputado do PT da Bahia, Emiliano José, notável jornalista, recebeu a incumbência de cuidar da Ley de Medios para a bancada do PT.
O Tony Palocci vai morrer de medo.
Que bom !

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.