terça-feira, 31 de julho de 2012

Passagem a R$ 2,20 começa a valer em 1º de agosto

Prefeito de Belém sancionou novo valor nesta segunda-feira (30)

30/07/2012 - 15:30 - Belém
Atualizada às 17h10

O mês de agosto vai começar um pouco mais caro para a população que depende do transporte público em Belém. Nesta segunda-feira (30), o prefeito da capital paraense, Duciomar Costa, sancionou o novo valor da tarifa de ônibus, que agora passa a custar R$ 2,20 (inteira) e R$ 1,10 (meia passagem).

O novo valor começa a valer já na próxima quarta-feira (1º), dia em que será publicado no Diário Oficial do Município. O reajuste vai se estender também aos transportes hidroviário e seletivo, realizado em Belém por microônibus.

O aumento foi decidido em duas reuniões do Conselho Municipal de Transportes, que reúne diversas entidades governamentais e da sociedade civil organizada. Na primeira discussão foi levantado o valor de R$ 2,34, mas diminuído e fechado em R$ 2,20 no último encontro, que ocorreu na semana passada.

Outras modalidades - A tarifa do transporte coletivo hidroviário do trajeto Belém-Cotijuba/Cotijuba-Belém fica também em R$ 2,20, de segunda a sexta, e aos sábados, domingos e feriados em R$ 4,40. 

Já a tarifa do microônibus urbano fica em R$ 3,60, que conforme a Resolução nº 001/2001-Consad/CTBel, desvinculou o custo da tarifa do serviço de transporte seletivo (microônibus) do valor correspondente ao dobro do custo da tarifa urbana do serviço de transporte coletivo convencional.



Histórico de aumentos - Uma pesquisa do Dieese no Pará (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostra os valores da passagem de ônibus que já foram aplicados em Belém nos últimos sete anos e seus respectivos reajustes no período. Veja!


Redação Portal ORM

Servidores Federais bloqueiam a BR-316

Terça-Feira, 31/07/2012, 08:54:37 - Atualizado em 31/07/2012, 09:33:51

Os servidores federais realizam um ato na rodovia BR-316, na manhã desta terça-feira (31), com o objetivo de pressionar o Governo no sentido de fazer uma negociação com os trabalhadores, que estão em greve há 41 dias. Servidores da Universidade Federal do Pará (UFPA) se uniram a funcionários federais de diversos outros órgãos, que também estão em greve, para integrar a manifestação.

Os grevistas escolheram a sede da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - Estação de Recursos Genéticos José Haroldo (Ceplac/Erjoh), localizado no km 17, da rodovia BR-316, em Marituba, como ponto de concentração para o ato, e, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, neste momento eles bloqueiam a passagem de veículos na rodovia. A equipe da PRF também informou que está tentando negociar a liberação da pista. 

O protesto foi aprovado em assembleia geral ocorrida no dia 26, em que a categoria rejeitou a proposta do governo federal e decidiu manter a paralisação. Para os docentes, não houve avanço na negociação, pois o governo “deixa a desejar quando trata da estruturação da carreira, que é o grande motivo da greve.
 
(DOL)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mensalão tucano comprou a Veja?

Por Altamiro Borges

A revista CartaCapital desta semana não coloca em suspeição apenas o ministro Gilmar Mendes, do STF. Ela envolve outros figurões como beneficiários do esquema de caixa dois montado pelo publicitário Marcos Valério para a campanha da releição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais, em 1998.  Segundo a matéria, o tucano declarou na época ter gasto R$ 8 milhões. Documentos indicam, porém, que o valor superou R$ 104,3 milhões. "Há um abismo entre a contabilidade oficial e a paralela", conclui a revista.

Deste montante, R$ 185 mil teriam ido parar nas mãos de Gilmar Mendes. Um pacote com os documentos de quase 30 páginas, que contam com a lista em ordem alfabética e os comprovantes bancários, foi entregue na última quinta-feira à Polícia Federal de Minas Gerais, à delegada Josélia Braga da Cruz. Os pagamentos teriam sido feitos pela empresa SMP&B Comunicação, de Marcos Valério, por meio do Banco de Crédito Nacional e do Banco Rural, cujos diretores são réus do chamado "mensalão do PT", processo que começa a ser julgado em 2 de agosto no Supremo Tribunal Federal, inclusive por Gilmar Mendes. 
Abril recebeu recursos do valerioduto?
Mas o "relatório de movimentação financeira da campanha à reeleição do governador Eduardo Brandão de Azeredo", publicado pela CartaCapital, vai além ao listar outros nomes. Nele se encontra uma declaração de Marcos Valério, que se coloca, no papel registrado em cartório, como principal coordenador financeiro do caixa dois de Eduardo Azeredo. A lista do famoso "valerioduto" inclui a Editora Abril, como destinatária de R$ 49,3 mil, e o Grupo Abril, que teria abocanhado outros R$ 49,5 mil. 
Ambas são do empresário Roberto Civita, o chefão da Veja. Será por este motivo que a revista faz tanto estardalhaço sobre o "mensalão do PT", mas evita tratar do "mensalão tucano"?

Servidores Federais em greve buscam apoio da população de Brasília

Da Agência Brasil - 30.07.2012 - 19h18 | Atualizado em 30.07.2012 - 19h38
Servidores em greve pressionam governo por aumento salarial
Distribuição de panfletos na rodoviária de Brasília é estratégia dos servidores em greve para buscar diálogo com a população (José Cruz/Arquivo ABr)
Brasília -  Os servidores públicos federais, em greve há 41 dias, fizeram uma distribuição de panfletos para explicar à população os motivos que levaram as categorias à greve. O ato aconteceu hoje (30) na Rodoviária do Plano Piloto, área central de Brasília. O local concentra a maior movimentação de pessoas na capital federal.
A vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF), Cleusa Cassiano, explicou que a ação de hoje busca dialogar com a população sobre a greve. “O ato de hoje é para dar visibilidade ao movimento junto à população. Estamos desde maio esperando uma posição do governo e até agora nenhuma proposta foi apresentada”.
A Agência Brasil ouviu os pedestres abordados pelos manifestantes. As opiniões com relação à greve foram divergentes, mas a maioria concorda que é direito dos servidores realizar paralisações, embora considere que a movimentação prejudica a população.
Para a estudante de fisioterapia Viviane Poncilio, a legalidade da greve é inquestionável, mas ainda assim critica o movimento. “A greve é um direito dos trabalhadores, mas esses servidores aí ganham acima da média do que ganha um trabalhador comum. Não acho que eles devam entrar em greve por mais dinheiro”, disse.
Bianca Gomes, atendente de telemarketing  concorda com a posição de Viviane. “É um direito deles. Eu, por exemplo, quero aumento e eles também. O  ruim é que o não trabalho deles prejudica muita gente”, afirma. Para ele, o maior prejudicado é a população. “Acho que uma greve tão longa assim é ruim para o governo, para os trabalhadores e, principalmente, para a população”.
Hoje o Ministério do Planejamento sinalizou que não apresentará a proposta de reajuste aguardada pelos servidores federais, prevista para ocorrer amanhã (31). O órgão enviou ofício à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) suspendendo as reuniões previstas para esta semana.
Os servidores em greve programam para amanhã (31), com concentração marcada para às 9h, na Catedral, uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios com a participação de todas as categorias que aderiram à paralisação.

Edição: Davi Oliveira

segunda-feira, 16 de julho de 2012

TSE disponibiliza informações sobre candidatos nas Eleições 2012

DivulgaCand 2012

A página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet dispõe do link DivulgaCand 2012 em que os partidos políticos, coligações, candidatos e a população podem se informar sobre a quantidade e os dados dos candidatos que vão concorrer a prefeito, vice-prefeito e vereador nas Eleições 2012. Até as 17h desta sexta-feira (7), o DivulgaCand 2012 dispunha de informações sobre 83.707 pedidos de registro de candidatos às Eleições 2012, sendo 77.450 de pedidos de candidatos a vereador e 6.257 a prefeito e vice-prefeito. Esses números estão sendo constantemente atualizados pela Justiça Eleitoral, por Estado e nacionalmente. Pelo sistema, o interessado pode saber ainda o número de vagas para vereador que serão disputadas em cada município.
Informações
Por meio do DivulgaCand 2012, é possível consultar o número de candidaturas por município e por cargo. Além de verificar a situação do pedido de registro do candidato, o sistema permite pesquisar informações repassadas à Justiça Eleitoral, como a declaração de bens do candidato, consulta a certidões criminais e previsão de gastos de campanha do mesmo. O sistema está disponibilizado na internet para todos os cidadãos. Para acessá-lo, não há necessidade de cadastro prévio ou autenticação de usuário.
Fonte: TSE - EM/LF
Doação de mobiliário

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará está disponibilizando para doação, mobiliário (mesas, cadeiras, armários, estantes, dentre outros) considerados inservíveis conforme relação anexa. Os interessados deverão atender às exigências contidas no Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990, e encaminhar requerimento até o dia 23/07/2012 ao TRE-PA. O ônus pela retirada e transporte dos bens será de inteira responsabilidade dos requerentes. Para maiores informações, entrar em contato com o Sr. Sérgio Augusto S. de Araújo, Presidente da Comissão de Desfazimento (Portaria nº 12.550/2012), através do telefone (91) 3213 4693, e-mail saraujo@tre-pa.gov.br.

Belém, 22 de junho de 2012.
A Comissão

Anexos:
- Decreto nº 99.658
- Relação de bens

Mais informações acesse www.tre-pa.jus.br 

segunda-feira, 9 de julho de 2012


TRE do Pará registra mais de 800 pedidos de candidaturas em Belém. Dez candidatos vão disputar a prefeitura da capital paraense. Número de candidatos a vereador passa de 800. Lista dos inelegíveis sai dia 13.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará deve publicar, nesta segunda-feira (9), a lista/edital dos pedidos de registro de candidatos apresentados pelos partidos políticos ou coligação, que vão disputar as eleições para prefeitos e vereadores no estado. O prazo para a publicação está estabelecido no calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Belém, até o começa da noite do domingo (8), 816 pedidos de candidaturas foram registrados no cartório eleitoral.
Tribunal Regional Eleitoral do Pará registrou mais de 800 candidatos para as eleições em Belém (Foto: Divulgação) 
Tribunal Regional Eleitoral do Pará registrou mais de 800 candidatos para as eleições em Belém (Foto: Divulgação)
A partir desta segunda, o juiz eleitoral designado pelo TRE deve convocar os partidos políticos e a representação das emissoras de televisão e de rádio para a elaboração de plano de mídia para uso da parcela do horário eleitoral gratuito a que tenham direito. De acordo com o calendário de eleições do TSE, hoje também é o último dia para a Justiça Eleitoral encaminhar à Receita Federal os dados dos candidatos cujos pedidos de registro tenham sido requeridos por partido político ou coligação para efeito de emissão do número de inscrição no CNPJ.
Inelegíveis
O Ministério Público Federal informou nesta segunda-feira (9) que o procurador regional eleitoral no Pará, Igor Nery Figueiredo, enviou para todos os promotores eleitorais do estado as listas de possíveis inelegíveis para as eleições 2012. “As listas dos Tribunais de Contas da União, Estado e Municípios (TCU, TCE, TCM), do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) listam políticos com contas rejeitadas e condenados por crimes ou por improbidade administrativa”, informou a assessoria do MPF. “Como todos sabem, na última quinta-feira (5) encerrou-se o prazo para que partidos e coligações solicitassem à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos. A partir da publicação do edital relativo aos pedidos de registro pela Justiça Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral no primeiro grau terá o prazo de 5 dias para as eventuais impugnações”, disse o procurador na mensagem aos promotores. O MPF informou que, no total, são mais de 2 mil nomes passíveis de impugnação pelo MP Eleitoral, que deve apontar as candidaturas que não podem ser registradas até o dia 13 de julho. 482 nomes aparecem na lista do TCU, 1170 na lista do TCE do Pará e 570 na lista do TCM. Pelo TRE, são 96 nomes e pelo TRF1 são 238 nomes. A outra lista é a da própria Procuradoria Regional Eleitoral, que compilou informações de Câmaras Municipais, da Assembleia Legislativa do Pará, Polícia Civil e órgãos de classe.

1932: a revanche oligárquica

Por Augusto Buonicore, no sítio da Fundação Maurício Grabois:

"O nosso movimento é do Brasil. Católico, disciplinado e forte, contra a anarquia em que queriam que vivêssemos. Uma luta de Jesus contra Lenine". (Ibrahim Nobre. "Tribuno do Movimento Constitucionalista", em 12 de julho de 1932)

Os antecedentes da revolta

A revolução de 1930 foi um dos acontecimentos mais importantes da nossa história recente. A derrubada das velhas oligarquias, ligadas ao financiamento, produção e exportação do café, e do regime que lhes dava sustentação, criou melhores condições para o desenvolvimento do capitalismo brasileiro. Abriu caminho para a diversificação da economia e o impulsionamento da indústria moderna. Embora esse desenvolvimento mantivesse intacta e estrutura fundiária baseada no latifúndio e não rompesse substancialmente com a dependência externa, apenas recolocando-a sob novos termos.

O novo governo revolucionário, dirigido por Vargas, procurou, desde o início, construir uma base social que lhe permitisse resistir aos setores das oligarquias desalojadas do poder. Implantou-se assim uma política bifronte assentada, de um lado, na concessão de direitos sociais e, de outro, na repressão às organizações operárias autônomas. A política de concessões receberia duras críticas do conjunto das classes proprietárias brasileiras.

O movimento armado de 1930 foi recebido com euforia pelo povo paulista, especialmente pelas classes médias e o proletariado. Uma multidão eufórica depredou as redações dos jornais governistas, como o São Paulo Jornal e o Correio Paulistano. Existia uma forte oposição ao Partido Republicano Paulista no Estado. Esta oposição era encabeçada pelo Partido Democrático (PD), uma dissidência oligárquica, que tinha influência sobre as classes médias e que até então tinha tido seu acesso ao poder interditado pelas fraudes eleitorais típicas da República Velha. O PD apoiou a revolução e chegou a tomar o poder na capital paulista, permanecendo ali por 40 dias.

Mas Vargas e os tenentes revolucionários desconfiavam das elites políticas paulistas, inclusive do PD. Por isso, para a interventoria foi indicado o tenente João Alberto, que não era paulista. O novo interventor, sob forte oposição dos grupos oligárquicos, buscou apoio junto ao proletariado paulista, agravando a desconfiança dos setores conservadores. Num ato inusitado, chegou a autorizar o funcionamento do Partido Comunista do Brasil. Embora as três pessoas autorizadas não fossem mais militantes do referido partido por haverem composto uma dissidência de caráter trotskista. O objetivo dos tenentes não era, como acusavam seus críticos conservadores, incentivar a luta de classes. Pelo contrário, eles pretendiam, sim, através de medidas sociais e de melhorias salariais, "conciliar patrões e operários, harmonizando-os para uma obra de paz e prosperidade nacional".

Excluído do poder, em abril de 1931, o Partido Democrático (PD) rompeu com o governo e lançou a denúncia de que São Paulo era um território militarmente ocupado e exigiu a indicação de interventor civil e paulista (e preferencialmente do PD). A resposta governista foi o fechamento da sede do Partido, do Diário Nacional e a prisão do chefe da polícia ligado ao PD, Vicente Rao. No final do mês, os "democráticos" tentaram organizar um levante armado que foi desmantelado. Mais de 200 revoltosos foram presos. A situação se agravou. A chefia da Força Pública foi assumida pelo tenente Miguel Costa - ex-comandante da Coluna e chefe da Legião Revolucionária de São Paulo - e a da II Região Militar, pelo General Góes Monteiro.

Tentando evitar novos confrontos, Vargas cedeu à pressão e substituiu Miguel Costa por Plínio Barreto, com aval dos "democráticos". Os tenentes se agitaram, pois o indicado havia caluniado a revolta de 1922, acusando os revoltosos de "bandidos". O tenente Miguel Costa organizou então um levante na Força Pública que impediu a posse do novo interventor. Vargas indicou um outro interventor paulista e civil, Lauro Camargo. Este, como os anteriores, ficou pouco tempo no cargo. Renunciou em poucos meses devido a desavenças com os tenentes. Em seu lugar assumiu um aliado dos tenentes, o comandante da II Região Militar, general Manuel Rabelo.

Dia 25 de janeiro de 1932 realizou-se um grande comício na Praça de Sé no qual foi lançada a palavra de ordem "Luta pela Constituinte". Um novo comício monstro realizou-se em 24 de fevereiro. As oligarquias iniciaram um processo de unificação em nível nacional. Em São Paulo o Partido Republicano e o Democrático, inimigos históricos, se unificaram na "Frente Única Paulista". Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul formaram-se frentes únicas contra o governo federal. As bandeiras que os unificavam foram a volta do federalismo e a necessidade de se convocar uma Assembléia Nacional Constituinte.

No dia 23 de fevereiro de 1932, visando tirar a bandeira de "constitucionalização" das mãos das oposições oligárquicas, Vargas promulgou o novo código eleitoral, estabelecendo o voto feminino e secreto, e anunciou a convocação de uma Assembléia Constituinte. Em 13 de maio nomeou uma comissão de "notáveis" para elaborar um anteprojeto de Constituição e marcou a eleição para 3 de maio de 1933. Foi decretado também o fim da censura à imprensa.

Em 2 de março o presidente já havia feito uma outra concessão importante e nomeado um interventor civil, paulista e ligado aos grupos políticos regionais, Pedro de Toledo. Pensou, assim, deter a maré contra-revolucionária, mas cada concessão presidencial aumentava ainda mais a ousadia de seus adversários. A Frente Única exigia agora a renúncia do governo Vargas e a volta do antigo regime.

O movimento operário e o levante constitucionalista

Apesar da sua ausência na história oficial o movimento operário teve um importante papel na configuração do conflito que opôs as elites de São Paulo e o governo central. Entre janeiro e maio de 1932 a cidade de São Paulo foi atingida por uma onda grevista não vista desde 1917. O movimento de contestação operária atingiu seu clímax em maio. No dia 2 paralisaram os ferroviários, seguiu-se a greve dos sapateiros, vidreiros. No dia 11, a greve atingiu as indústrias têxteis, e depois se estendeu para os padeiros, empregados de hotéis e da indústria de fumo, além de inúmeras outras fábricas isoladas.

Mais de 100 mil operários paralisaram suas atividades naqueles dias. O conflito durou mais de um mês.
Visando neutralizar esse movimento, e a crescente influência anarquista e comunista, o governo federal sancionou várias leis trabalhistas. Em 4 de maio instituiu a lei das oito horas para a indústria; no dia 12, criou as Comissões Mistas de Conciliação; no dia 17, regulamentou o trabalho de mulheres na indústria e no comércio. Os empresários de São Paulo consideraram estas medidas como concessões inaceitáveis aos grevistas e exigiram a sua revogação.

A Fiesp solicitou que se "sustasse provisoriamente em São Paulo a execução das leis sociais desse Ministério [do Trabalho] (...). Modificações dessa ordem podem ser feitas com sucesso em quadras normais, mas apresentam perigos cuja extensão V. Exa. poderá imaginar em quadras como a atual, de inquietações e desconfianças. Acedendo ao nosso pedido, haverá V. Exa. contribuído fortemente para a debelação da crise política e social". Em resposta afirmou o ministro: "Assegurando-se esses direitos desaparecerá o mal-estar reinante". Não conseguindo os seus objetivos os industriais paulistas passaram a reforçar a frente oposicionista oligárquica.

O discurso anticomunista foi marca da oposição liberal paulista. Ela procurou sempre vincular o novo regime, instaurado no pós-30, com o crescimento do movimento operário e comunista. No inicio do conflito armado, o presidente do Instituto do Café afirmou: "Lavradores! Os desmandos da ditadura (...) são as melhores armas de que se servem os aventureiros internacionais, desejosos de implantar na terra acolhedora de Santa Cruz os horrores do comunismo". (Diário Nacional, 12/7/1932) O arcebispo de São Paulo, D. Duarte Leopoldo e Silva, não ficou atrás, afirmando: "A erva daninha do comunismo, trouxe-a para São Paulo a mochila de certos próceres de 1930".

A própria greve se de um lado aguçou o espírito oposicionista das oligarquias, por outro, retardou os preparativos bélicos, como podemos notar nesta carta do líder democrático paulista, J. A Marrey, a Francisco Morato: "Devemos evitar a luta armada por todos os meios, sobretudo agora que se encontram em greve dezenas de milhares de operários. Pressinto a queda de nosso Partido. (...) ele deverá saber mover-se habilmente dentro da situação".

No auge da greve, em 14 de maio de 1932, o jornal O Estado de S. Paulo, que havia sido oposição ao Partido Republicano Paulista, estampou em suas páginas: "O Brasil só se salvará se houver união entre seus filhos, entre os vencedores e vencidos da Revolução que ainda não se transviaram para a loucura bolchevique. Pouco importa, ao menos para nós, que, passada a tormenta e salvo o Brasil, o poder vá para as mãos dos políticos de antanho. O que cumpre, do mais humilde cidadão ao chefe do Governo, é salvar o Brasil da anarquia". A volta ao passado era melhor do que a insegurança criada pelo avanço da luta social.

A revolução constitucionalista

Nos dias 22 e 23 de maio uma multidão, insuflada pela imprensa e por políticos paulistas, depredou a sede do Partido Popular Progressista e o jornal A Razão, ligados aos tenentes. Em seguida um grupo de estudantes tentou depredar a sede da Legião Revolucionária de Miguel Costa. No conflito morreram quatro manifestantes: Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo. Com as iniciais dos quatro nomes (MMDC) formou-se um movimento radical anti-Vargas, defensor da luta armada contra o novo regime.

Em 23 de maio, aproveitando-se da comoção popular a Frente Única Paulista deu um golpe e assumiu o poder no Estado, mantendo Pedro de Toledo no governo. Todo secretariado passou a ser composto pelos grupos oposicionistas. As oligarquias haviam retomado o poder em São Paulo. Vargas novamente recuou e não tomou nenhuma providência pensando assim reduzir a crise e evitar o conflito armado. De nada adiantou.

Após a tomada do poder pela Frente Única paulista, aumentou a repressão ao movimento grevista em curso. No mesmo dia a polícia invadiu o Sindicato dos padeiros e prendeu duzentos grevistas. A assembléia do Comitê de Greve foi invadida e a maioria dos seus dirigentes presa. Entre eles estavam Leôncio Basbaum, Roberto Morena, Grazini e Caetano Machado, todos dirigentes do PCB; e Righetti, líder dos trabalhadores gráficos ligado aos tenentes. A greve de maio seria esmagada pela repressão. A repressão que se seguiria enfraqueceu bastante o PCB no Estado.

O Diário Nacional, ligado aos "democráticos" regozijou-se do papel repressivo do novo governo paulista. Afirmou o jornal: "São Paulo inteiro não ignora que foi à sombra da Ditadura que as doutrinas extremistas encontraram campo de expansão (...). Em 23 de maio, depois que o povo paulista conquistou na praça pública (...) o seu próprio governo, essa situação modificou-se. Uma das principais providências tomadas (...) foi a organização de turma especializada para a repressão ao bolchevismo (...). Iniciou-se dali a campanha contra os estipendiados de Moscou. Que a colheita foi boa, prova-o a relação que abaixo publicamos, das prisões desde os últimos dias de maio" (em 14/9/1932).

As elites paulistas buscaram então forjar uma aliança político-militar com os dirigentes de Minas e Rio Grande do Sul com o objetivo de derrubar o governo. Formou-se um comando militar paulista da revolta tendo à frente os generais Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclides de Figueiredo.

No dia 9 de julho, confiantes na vitória, os generais paulistas iniciaram o movimento armado. No entanto, o interventor gaúcho recuou de sua posição e deu o seu apoio ao governo. Diante de um convite dos revoltosos os comandantes da Força Pública mineira afirmaram: "A vossa palavra tocou-nos profundamente o coração", mas "o que nós queremos acima de tudo é a ordem". Minas escolheu o caminho da negociação e abandonou seus aliados paulistas. As oligarquias de São Paulo ficaram isoladas num combate contra o poder central.

No início os paulistas acreditavam que o movimento seria "uma simples parada militar, mera marcha triunfal até o Rio de Janeiro". Miguel Costa e seus aliados foram presos e iniciou-se uma dura repressão contra todos os grupos partidários de Vargas e de esquerda, como comunistas e anarquistas. Mais de 1400 pessoas são presas durante o movimento.

O afastamento das classes populares, especialmente da classe operária, foi visível. No manifesto de apoio, lançado no dia seguinte do levante, das 28 entidades que assinaram apenas 4 eram de trabalhadores. Os grandes sindicatos operários não foram solidários com o levante de 1932, o instinto de classe lhes dizia que aquele movimento era contra os seus interesses. O esmagamento da greve geral de maio havia sido um bom exemplo disso.

A derrota militar das oligarquias

A luta durou três meses e foi bastante desfavorável aos paulistas, inferiorizados em armamento e em efetivos militares. As sucessivas derrotas e frustrações levaram a que ocorressem deserções nas tropas paulistas. Na retaguarda cresceu o descontentamento das classes populares submetidas a todo tipo de privações e bombardeios governistas, ocorrendo casos de saques. Em 2 de outubro o comandante da Força Pública de São Paulo, sem autorização dos demais comandantes, assinou o armistício e destituiu Pedro de Toledo. Justificando a rendição o seu comandante, Coronel Herculano de Carvalho, afirmou: "Aquilo já não era humano, já não era desprendimento; raiava à loucura. Um crime continuar a luta daquele modo". Fracassava assim a tentativa das oligarquias paulistas de reconquistar o poder político no Estado nacional brasileiro.

Vários combatentes de 1932 deram-se conta de que haviam sido utilizados pelas oligarquias. Um ano após o fim do conflito um Manifesto de ex-combatentes denunciava "os privilégios e regalias que galardoavam desigualmente os filhos da fortuna, guerreiros brancos da retaguarda, vistosos e luzidios, ostentando galões e proclamando bravuras imaginárias" e, concluía: "Nós somos aqueles que hoje estão convictos do embuste e da mistificação a que foram atirados pelo manobradores da política profissional, promotores de revoluções com o intuito de reconquista do poder perdido".

Apesar da desorganização do Partido Comunista e das entidades sindicais, existia ainda um medo insano da insurreição comunista em São Paulo. Uma das justificativas da rendição foi a de que "a ordem pública em São Paulo estava seriamente ameaçada por um grande surto comunista". Por sua vez, o general vitorioso, Góis Monteiro, afirmou: "Ordenei ao General Daltro Filho entrar, à frente de suas forças, na capital paulista, a fim de garantir a ordem pois havia ali muita confusão e grande desapontamento, além de levantes de caráter comunista". Naqueles dias tumultuados, o fantasma do comunismo parece que atormentava vencidos e vencedores e contra ele não tardaram a se unificar em 1935 e em 1937.

domingo, 8 de julho de 2012

Sem resposta do Governo, técnicos administrativos intensificam a greve da educação

Sex, 06 de Julho de 2012 16:41PDF 
Portão fechado é resposta dos trabalhadores à falta de negociação do Governo
Os portões de acesso à UFPA foram fechados durante o dia de ontem pelo Comando Local Unificado de Greve. Ninguém teve acesso à UFPA. Quem tentou entrar na universidade encontrou técnicos administrativos, professores e estudantes explicando ao público o motivo do fechamento: a intransigência do governo em atender à pauta de reivindicações dos trabalhadores da educação. As aulas do PARFOR também foram suspensas pelo dia de ontem. No campus de Castanhal, os trabalhadores da UFPA também fecharam a universidade. Na UFRA, o Comando Local de Greve vem mantendo fechados os portões, às quartas-feiras, com apoio de estudantes. Os trabalhadores da UFOPA aumentam o volume da greve repetindo o fechamento dos portões do campus Tapajós. O crescimento da greve, que está prestes a completar um mês, é uma resposta à negligência de um governo que mantém a postura de se fechar para as negociações com os trabalhadores da educação; com um governo que prioriza gastar quase R$ 30 Bilhões na Copa do Mundo de 2014  e depositar dinheiro público, que não é pouco, nas mãos de alguns banqueiros e políticos corruptos, enquanto assistimos às mazelas da saúde e da educação nas bibliotecas deficientes que não atendem a demanda dos estudantes, na ausência de políticas salariais dignas  para técnicos administrativos e professores, e nas filas dos hospitais universitários onde padecem usuários e trabalhadores. Não podemos mais aceitar o descaso do governo com a educação e a saúde, que são necessidades básicas da população. O governo tem a obrigação de atender às necessidades básicas dos trabalhadores brasileiros. Saúde e a educação devem ser prioridade!

sábado, 7 de julho de 2012

V Plenária Nacional de Economia Solidária avança pelo país

29 de junho de 2012
Por Secretaria Executiva do FBES - www.fbes.org.br
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Os fóruns estaduais de economia solidária estão realizando ações coletivas para a participação das iniciativas da economia solidária e para a captação de recursos e parcerias, mobilizando o país rumo à V Plenária Nacional de Economia Solidária.

Diversas reuniões estaduais fecharam as agendas dos processos locais, territoriais e temáticos para a V Plenária, sendo que a perspectiva é contar com mais de 221 plenárias pelo país em todo o processo até a Plenária Nacional. Até o mês de junho foram realizadas 80 plenárias locais e territoriais e 5 plenárias regionais de balanço.

A agenda nacional está organizada para que o processo nos estados se encerrem em agosto, com envio dos relatórios finais das plenárias estaduais até 18 de setembro. Também até 18 de setembro é o prazo para a realização de plenárias temáticas por coletivos propositores do movimento de economia solidária.

Neste intenso processo, a bandeira da V Plenária construída nas Plenárias Regionais de Balanço por cada uma das 5 regiões do país, esboçando suas identidades, segue caminhando nas principais atividades e momentos de acúmulo, presente na Cúpula dos Povos no Rio de Janeiro e seguindo em julho para a 8a Feira da Economia Solidária do Mercosul, em Santa Maria.

A etapa final da V Plenária Nacional de Economia Solidária será realizada entre 9 e 13 de dezembro de 2012, em Brasília, contando com mais de 800 representantes estaduais e 200 observadores e convidados.
Confira toda a agenda do país em: http://cirandas.net/v-plenaria-nacional-de-economia-solidaria/agendas-das-plenarias-locais-estaduais-tematicas-de-balanco-e-nacional
Rumo à V Plenária Nacional de Economia Solidária: bem viver, cooperação e autogestão para um desenvolvimento justo e sustentável.