quarta-feira, 1 de maio de 2013


Reajuste do novo salário mínimo é de R$ 56,00.  (Foto: Natália Mello/ G1) 

40% dos trabalhadores do Pará vivem com salário mínimo, diz Dieese!

 

Salário Mínimo foi criado por Getúlio Vargas no dia do trabalhador em 1940. Segundo Dieese, remuneração não confere poder de compra no Pará.

Do G1 Pará
Apesar de ter ganhos reais, mínimo não dá poder de compra ao paraense. (Foto: Natália Mello/ G1)
 
No dia 1º de maio de 1940 o presidente getúlio Vargas assinou o decreto 2.162 criando o salário mínimo. 73 anos depois, cerca de 40% da população trabalhadora do pará sobrevive com esta remuneração ao longo do mês. Segundo o Departamento Intersindical de de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mesmo obtendo ganhos reais (acima da inflação) nos últimos anos, o salário mínimo compra pouco e não atende ao que determina a constituição.

Em todo o país, entre abril de 2002 e janeiro de 2013 o valor do salário mínimo passou de R$ 200 para R$ 622, um aumento 239% que representa ganho real de 70,49% - o maior desde a sua criação. Porém, apesar do aumento, ele ainda não confere poder de compra para a população: na verdade, em valores atualizados, o valor do mínimo nas décadas de 50 e 60 seria maior que o de hoje: algo em torno de R$ 1.800,00.

Impacto na alimentação
Segundo o Dieese, dos cerca de 3,5 milhões de trabalhadores do estado do Pará, quase 1,4 milhão (cerca de 40%) recebe salário mínimo. Com a cesta básica do paraense custando em torno de R$ 291, este trabalhador gasta quase 47% da sua remuneração apenas para comprar os 12 itens da alimentação básica. Ainda de acordo com o Dieese, desde o começo do Plano Real o mínimo não consegue garantir a alimentação de uma família de quatro pessoas, que custa em torno de R$ 875,58.

A vendedora Kelly Valadares tem 29 anos, ganha um salário mínimo e conta que a remuneração não é suficiente. "Antigamente as pessoas conseguiam sobreviver com o mínimo, mas as necessidades vão aumentando. Dá para fazer supermercado, mas tem que pesquisar bastante", conta a vendedora, que gasta semanalmente R$ 200 com alimentação.

Por conta do custo da cesta básica, que compromete o orçamento, ela diz que precisa planejar com cuidado as compras da casa. "Já deixei de comprar o que eu gostaria de ter, por exemplo televisão LCD ou LED, a gente acaba deixando para depois porque não dá pra comprar. Tem que se programar de toda forma pra adquirir, parcelar em até dois anos pra poder conseguir. O salário mínimo deveria ser de pelo menos  R$ 1.000,00, porque o aluguel está caro e cesta básica é muito cara, mas acho que esse valor já estaria bom", avalia.

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